Há alguns dias atrás me disseram que é importante para a mulher escrever. Rapidamente lembrei desse blog jogado às traças.
Com certeza escrever me trazia um alívio, um momento de tranquilidade onde eu me via livre de todas as preocupações ou qualquer nervoso cotidiano.
Minha vida ficou de pernas pro ar!
Aquela garota que criou esse blog e postava textos (geralmente) sobre paixões frustradas nunca poderia imaginar como seria sua vida quando se passassem 3 anos.
O amadurecimento gera responsabilidades, não que eu não as tivesse antes, mas a cobrança é maior conforme você se torna um adulto.
Aliás, crescer talvez não seja aquela coisa bonita que as crianças imaginam.
Com os meus 8 anos, eu me divertia vestindo roupas da minha mãe, usando aqueles saltos enormes, desejando poder ter tamanho e idade para me vestir realmente como uma pessoa adulta. Eu desejava estar sentada naquelas cadeiras enormes e macias atrás de mesas abarrotadas de papéis, vestindo uma roupa social e com o cabelo preso em cóque.
Eu conseguia exercitar minha imaginação da forma mais alucinante possível, criando situações e histórias que hoje dariam vergonha se passassem pela minha cabeça.
Eu imaginava uma vida diferente pra mim, situações mais favoráveis, menos suor, menos cansaço, mais tempo pra mim e para os outros.
Não vou dizer que não gosto da minha vida atual, mas com certeza ela fugiu dos meus planos de infância.
O amadurecimento trás outros planos. Troquei o salto alto por um chinelo Havaianas, a roupa social por uma leve blusinha e shorts jeans, os papéis só mudaram de tamanho e textura. O que nunca mudou, e talvez jamais mude, é meu poder de criação.
É isso que me move, me dá força, me faz pensar que amanhã será melhor, que será do meu jeito!
Talvez eu seja ingênua e o mundo não goste dessa ingenuidade. Mas que eu seja ingênua então, mas uma ingênua capaz de criar sua felicidade.